UFSC integra projeto de prevenção e controle de coral invasor em reserva biológica

18/02/2022 14:40

O Projeto de Pesquisa Plano de Ação para prevenção e Controle do Coral-sol na Rebio Arvoredo e Entorno, uma parceria entre a UFSC, Karoon Energy, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Fundação de Ensino e Engenharia de Santa Catarina (Feesc) foi formalizado em evento realizado nesta quarta-feira, 16 de fevereiro, com a assinatura de um termo de convênio. O projeto terá duração total de 36 meses e contará com uma equipe composta por pesquisadores da UFSC, integrando os departamentos de Ecologia e Zoologia (ECZ) e de Engenharias da Mobilidade (CTJ). O projeto será coordenado pela professora Bárbara Segal (CCB) e pelo professor Andrea Piga (CTJ). Dentre os impactos já descritos pela invasão do coral-sol no Brasil, pode-se detectar efeitos potencialmente negativos em peixes e competição com corais nativos.

O projeto tem como objetivo a geração de conhecimento científico sobre a espécie Tubastraea coccinea e o desenvolvimento e a avaliação de métodos e estratégias para a prevenção e o controle dessa espécie na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo e entorno. Para isso, serão desenvolvidas atividades de pesquisa, monitoramento e inovação, cujos resultados irão subsidiar o estabelecimento de uma estratégia de manejo eficaz para T. coccinea visando a prevenção, o controle e a possível erradicação da espécie nesta região.

São três eixos principais: além da pesquisa, o foco do projeto também inclui o monitoramento e a inovação. Em cada eixo, serão desenvolvidas atividades contextualizadas em linhas de ação, abordando diferentes temáticas inerentes à prevenção e ao controle da invasão por Tubastraea coccinea na reserva, tais como: padrões de disponibilidade larval; padrões de reprodução, crescimento e nutrição; detecção precoce de novos focos de invasão e desenvolvimento de técnicas e métodos mais eficazes de manejo.

O coral-sol, como são conhecidas as espécies do gênero Tubastraea, foi descrito pela primeira vez no Oceano Pacífico. Por volta de 1950, este coral foi introduzido no Atlântico ocidental e, desde então, registrado progressivamente em diversas regiões do Caribe. O primeiro registro de Tubastraea em ambiente natural no Brasil foi feito em costões rochosos da Baia de Ilha Grande, no Rio de Janeiro. Após isso, vêm sendo registrado em diversos outros locais na costa brasileira, do Sul ao Nordeste. As espécies do gênero Tubastraea, incluindo as duas registradas no Brasil, T. coccinea (de cor vermelho-alaranjado) e a T. tagusensis (de cor amarela), apresentam determinadas características biológicas que potencializam seu sucesso como bioinvasoras. Fatores como as diversas estratégias reprodutivas e o rápido crescimento favorecem esse processo.

Por conta disso, iniciativas de manejo ao longo da costa brasileira vêm tentando controlar algumas populações de coral-sol. Em 2016, o Brasil iniciou uma discussão em âmbito nacional para traçar macroestratégias de combate, envolvendo órgãos governamentais, organizações não governamentais, indústria e o meio acadêmico. Esse envolvimento culminou na elaboração do Plano Nacional de Prevenção, Controle e Monitoramento do Coral-Sol, em março de 2018, sob coordenação do Ibama e Ministério do Meio Ambiente, aprovado pela Portaria IBAMA N° 3.642/2018. O objetivo geral é “prevenir a introdução de coral-sol em áreas sem ocorrência, erradicar novos focos e controlar a invasão, preferencialmente em áreas prioritárias”.

A Reserva Biológica Marinha do Arvoredo é considerada o limite sul de distribuição do coral-sol no Brasil e foi uma das áreas na costa brasileira onde a invasão foi detectada mais precocemente, sendo descrita como ainda em estágio inicial. Isto porque, desde o primeiro registro de ocorrência da espécie Tubastraea coccinea, a reserva, em parceria com a UFSC, vem realizando o manejo sistemático dos focos de invasão, por meio da remoção manual e monitoramento periódico dessas áreas e localidades adjacentes.

Por: Notícias da UFSC.

Veleiro ECO da UFSC participará de novas expedições do Projeto AtlantECO

16/02/2022 16:17

Como parte do Projeto AtlantECO, o Veleiro ECO da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) vai navegar muito em breve por boa parte da costa brasileira com paradas em diferentes cidades para os Port Calls e pesquisas científicas ao longo do percurso. Os Port Calls do Projeto AtlantECO são eventos de extensão acadêmica que ocorrem em terra e visam promover a Cultura Oceânica e a conscientização ambiental. Estão previstos para ocorrerem em diferentes cidades da costa brasileira, africana e europeia, com a participação de três veleiros de pesquisa oceanográfica: o ECO da UFSC, o Veleiro Tara da Fundação Francesa Tara Ocean e o Eugen Seibold do Max Planck Institute for Chemistry, da Alemanha. Além das ações de extensão, os veleiros e outras três embarcações envolvidas no projeto irão também coletar amostras para pesquisa científica, com ênfase no Microbioma do Atlântico, poluição plástica e conectividade oceânica.

A expectativa é grande para este ano, mas a participação do Veleiro ECO neste projeto internacional (Programa H2020, Chamada Blue Growth), teve início no final do ano passado. Sob a coordenação da professora Andrea Santarosa Freire (CCB/ECZ) e em parceria com o coordenador do Projeto Veleiro ECO, professor Orestes Alarcon (CTC/EMC), o ECO esteve no Rio de Janeiro e em Itajaí, onde foi uma das atrações principais dos Port Calls.

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Projeto de extensão sobre tubarões e raias seleciona bolsistas

09/02/2022 15:49

O Laboratório de Biologia de Teleósteos e Elasmobrânquios do Departamento de Ecologia e Zoologia (CCB/UFSC), publicou Edital para seleção de dois bolsistas de extensão, para atuarem no projeto “Desmitificando tubarões e raias para educar e conservar”. As inscrições devem ser enviadas até o dia 19 de fevereiro pelo e-mail rhafreitas@gmail.com . Mais informações acesse a página do laboratório em https://labitel.paginas.ufsc.br/ .

Laboratório de Biodiversidade Marinha da UFSC contribui para informe sobre ocorrência de caravelas

07/02/2022 13:39

O Laboratório de Biodiversidade Marinha da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) contribuiu para a elaboração de um informe sobre caravelas e sua ocorrência nas regiões Sul e Sudeste do país. O documento descreve esses animais e traz orientações acerca de como proceder em caso de acidentes. As caravelas não causam “queimaduras”, mas sim um envenenamento, geralmente mais grave do que aquele causado pela maioria das espécies de águas-vivas. Seus tentáculos possuem pequenas cápsulas que injetam veneno através de micro arpões, chamados nematocistos, quando acidentalmente tocam a pele humana.

Acesse a íntegra do arquivo

A iniciativa da produção do informe foi do professor Renato Nagata, da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), e é uma parceria com a rede de avistamento de medusas do Uruguai e outras seis universidades do Sul e do Sudeste do Brasil: Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), Universidade do Vale do Itajaí (Univali), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade de São Paulo (USP) e UFSC.

 

Como agir em casos de acidentes?
– Saia da água imediatamente, porque o envenenamento pode causar câimbras e há risco de afogamento;
– Lave com água do mar para retirar restos de tentáculos aderidos;
– Lave com vinagre por alguns minutos para desativar o veneno e prevenir novas inoculações na pele;
– Amenize a dor com água do mar gelada ou gelo artificial envolto por panos. Essas compressas frias têm efeito analgésico para vários tipos de envenenamentos com caravelas ou águas-vivas.
O que não fazer?
– Nunca urine, nem use substâncias como álcool ou refrigerante sobre a lesão, pois não há comprovação de eficácia dessas substâncias em amenizar os efeitos da lesão;
– Nunca lave com água doce, uma vez que a medida pode aumentar o envenenamento e agravar a lesão;
– Evite usar toalhas, areia ou outro material abrasivo para retirar restos de tentáculos, pois isto também pode aumentar a injeção de toxinas por explodir as cápsulas com veneno.
Para mais informações, acesse as Recomendações da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa)

 

Na UFSC, o Laboratório de Biodiversidade Marinha monitora os encalhes de medusas e caravelas em Florianópolis há dois anos. É um trabalho desenvolvido pela aluna Roberta Elis Francisco, com apoio da aluna Bianca Espíndula Jahn (ambas do curso de Biologia) e demais membros do laboratório. Recentemente foi criado um perfil no Instagram (@vidamarinha.sc) para divulgar informações e receber registros de caravelas, medusas e outros animais marinhos, especialmente espécies raras, como a Drymonema gorgo. “É uma iniciativa de ciência cidadã que pode auxiliar a termos mais registros desse animal e também de outros, como o dragão-azul, um pequeno molusco oceânico que às vezes encalha em nossas praias”, salienta o professor Alberto Lindner, responsável pelo laboratório.

No início deste ano, uma medusa da espécie Drymonema gorgo foi encontrada por Dafne Reinisch, monitora cultural do Patrimônio Ilha do Campeche, e Camila Andreussi, monitora e mestranda do Programa de Pós-Graduação em Oceanografia da UFSC. É uma espécie rara estudada por Fritz Müller em Florianópolis. A espécie foi descrita por Müller em 1883, com base em três exemplares que ele observou ao norte de Desterro, na região da Baía Norte, em 1857, 1860 e 1861.

Por: Notícias da UFSC.

Veleiro ECO da UFSC atraca em Itajaí para evento sobre a saúde dos oceanos

16/11/2021 16:02

Santa Catarina recebe a escala de fechamento da programação do projeto internacional AtlantECO. Após passar por Belém, Salvador e Rio de Janeiro, o evento chega a Itajaí, onde ocorre na Marina Itajaí, de 16 a 19 de novembro. Além de extensa programação, atracarão na cidade o Veleiro ECO, primeiro veleiro de expedições científicas do Brasil, e o Veleiro Tara, da França, que serviu de inspiração para a criação do ECO.

O AtlantECO que desembarca no estado catarinense é um projeto desenvolvido em parceria com 36 instituições de 13 países da Europa, Brasil e África do Sul. Tem por finalidade a pesquisa sobre o microbioma do Atlântico, os impactos das mudanças climáticas e da poluição no oceano.

“Os resultados das pesquisas ajudarão a prever a migração de espécies, a capacidade do oceano de capturar e armazenar dióxido de carbono (CO2) atmosférico, transporte e riscos de poluentes, como plásticos e nutrientes, e o equilíbrio entre a saúde do ecossistema e as atividades humanas”, destaca a coordenadora do Projeto AtlantECO na UFSC, Andrea Santarosa Freire.

Além do mar, o projeto prevê eventos em terra voltados para promover a conscientização ambiental. Essas ações, chamadas de Port Calls, estão previstas em locais da costa brasileira, europeia e africana. Incluindo Itajaí, uma das quatro únicas cidades do país a receber o evento neste ano.

A programação inclui atividades diversas como palestras, exposições e workshops e, claro, visitação ao ECO que vai receber escolas e o público em geral na Marina Itajaí, de 16 a 19 de novembro.

Um dos eventos principais da programação é a Conferência Ecoando a Ciência no Atlântico, no dia 17 de novembro, a partir das 18h, no Centreventos de Itajaí. No encontro, palestras sobre o Oceano Atlântico, a experiência a bordo dos Veleiros Tara e ECO, a história e perspectivas futuras do Veleiro ECO, entre outros.

As inscrições para a Conferência são gratuitas e podem ser feitas em https://siaiap37.univali.br/elis/staff/login/index/cdEvento/5006. Para se inscrever, basta fazer o cadastro.

“Por meio destes eventos temos o objetivo de ampliar o conhecimento da população sobre a importância de um modo de vida sustentável para preservar a saúde dos oceanos e de todos os seres vivos que dependem dele, incluindo os seres humanos”, ressalta o coordenador do Veleiro, professor Orestes Alarcon.

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Texto por: assessoria do projeto AtlantECO (publicado em Notícias da UFSC)