Laboratório de Biodiversidade Marinha da UFSC contribui para informe sobre ocorrência de caravelas

07/02/2022 13:39

O Laboratório de Biodiversidade Marinha da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) contribuiu para a elaboração de um informe sobre caravelas e sua ocorrência nas regiões Sul e Sudeste do país. O documento descreve esses animais e traz orientações acerca de como proceder em caso de acidentes. As caravelas não causam “queimaduras”, mas sim um envenenamento, geralmente mais grave do que aquele causado pela maioria das espécies de águas-vivas. Seus tentáculos possuem pequenas cápsulas que injetam veneno através de micro arpões, chamados nematocistos, quando acidentalmente tocam a pele humana.

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A iniciativa da produção do informe foi do professor Renato Nagata, da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), e é uma parceria com a rede de avistamento de medusas do Uruguai e outras seis universidades do Sul e do Sudeste do Brasil: Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), Universidade do Vale do Itajaí (Univali), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade de São Paulo (USP) e UFSC.

 

Como agir em casos de acidentes?
– Saia da água imediatamente, porque o envenenamento pode causar câimbras e há risco de afogamento;
– Lave com água do mar para retirar restos de tentáculos aderidos;
– Lave com vinagre por alguns minutos para desativar o veneno e prevenir novas inoculações na pele;
– Amenize a dor com água do mar gelada ou gelo artificial envolto por panos. Essas compressas frias têm efeito analgésico para vários tipos de envenenamentos com caravelas ou águas-vivas.
O que não fazer?
– Nunca urine, nem use substâncias como álcool ou refrigerante sobre a lesão, pois não há comprovação de eficácia dessas substâncias em amenizar os efeitos da lesão;
– Nunca lave com água doce, uma vez que a medida pode aumentar o envenenamento e agravar a lesão;
– Evite usar toalhas, areia ou outro material abrasivo para retirar restos de tentáculos, pois isto também pode aumentar a injeção de toxinas por explodir as cápsulas com veneno.
Para mais informações, acesse as Recomendações da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa)

 

Na UFSC, o Laboratório de Biodiversidade Marinha monitora os encalhes de medusas e caravelas em Florianópolis há dois anos. É um trabalho desenvolvido pela aluna Roberta Elis Francisco, com apoio da aluna Bianca Espíndula Jahn (ambas do curso de Biologia) e demais membros do laboratório. Recentemente foi criado um perfil no Instagram (@vidamarinha.sc) para divulgar informações e receber registros de caravelas, medusas e outros animais marinhos, especialmente espécies raras, como a Drymonema gorgo. “É uma iniciativa de ciência cidadã que pode auxiliar a termos mais registros desse animal e também de outros, como o dragão-azul, um pequeno molusco oceânico que às vezes encalha em nossas praias”, salienta o professor Alberto Lindner, responsável pelo laboratório.

No início deste ano, uma medusa da espécie Drymonema gorgo foi encontrada por Dafne Reinisch, monitora cultural do Patrimônio Ilha do Campeche, e Camila Andreussi, monitora e mestranda do Programa de Pós-Graduação em Oceanografia da UFSC. É uma espécie rara estudada por Fritz Müller em Florianópolis. A espécie foi descrita por Müller em 1883, com base em três exemplares que ele observou ao norte de Desterro, na região da Baía Norte, em 1857, 1860 e 1861.

Por: Notícias da UFSC.