Planos de Ensino – Graduação em Ciências Biológicas 2022-2
A consulta dos planos de ensino para o segundo semestre de 2022 pode ser realizada neste link.
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Em recente estudo realizado em áreas de restinga no sul do Brasil, pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina mostraram que a árvore invasora Terminalia catappa – a amendoeira – pode alterar as condições do ambiente de tal forma que algumas plantas nativas deixam de ocorrer onde ela está presente, o que também altera associações entre plantas nativas. À medida que o tempo passa e que mais árvores de amendoeira crescem e ficam com as copas mais amplas, a tendência é que a vegetação nativa da restinga, dominada por plantas de baixo porte e que precisam de luz, seja substituída por árvores e trepadeiras que toleram sombra.
O artigo, intitulado Efeitos diretos e indiretos de uma árvore exótica invasora em comunidades vegetais costeiras, foi liderado por Brisa Marciniak de Souza, Leonardo Leite Ferraz de Campos e Lucas Peixoto Machado, pós graduandos do Programa de pós-graduação em Ecologia. O trabalho foi desenvolvido em uma parceria entre o Laboratório de Ecologia de Invasões Biológicas, Manejo e Conservação (Leimac) e o Group for Interdisciplinary Environmental Studies, ambos da UFSC.
Segundo o estudo, a completa mudança na alteração da vegetação pode comprometer a resiliência desses ecossistemas e o papel que exerce frente a eventos climáticos extremos. A vegetação rasteira existente nas dunas que ficam próximas à praia são uma barreira de proteção importante, responsáveis por proteger casas e outras estruturas existentes em regiões costeiras. “Se essas plantas rasteiras são substituídas por árvores invasoras e outras plantas de maior porte, podemos estar perdendo justamente a vegetação que garante proteção contra erosão no caso de ressacas e marés altas atípicas, eventos que têm sido caso vez mais frequentes”, explica a professora Michele de Sá Dechoum, uma das autoras do estudo.
Com muitos nomes populares no Brasil, que variam entre amendoeira, castanheira, chapéu-de-sol, sete-copas, dentre outros, a Terminalia cattapa é uma árvore nativa da região costeiras na Malásia. Registros históricos contam que a espécie foi introduzida acidentalmente no Brasil, mas, posteriormente, novas introduções intencionais ocorreram para uso da árvore para sombra e para uso ornamental. Atualmente a espécie invade áreas de restinga, manguezal e outros ecossistemas costeiros ao longo de toda a costa brasileira.
No estudo, os pesquisadores compararam áreas sob a copa de indivíduos adultos de amendoeira com áreas onde a amendoeira não está presente. Tanto as plantas nativas quanto condições ambientais locais foram avaliadas em cada uma das áreas. O estudo foi realizado em uma área de restinga localizada na Estação Ecológica de Carijós, unidade de conservação localizada na porção noroeste de Florianópolis.
“A situação é bastante preocupante, considerando um estudo preliminar realizado pelo Leimac que mostrou que a amendoeira vai ser beneficiada com o aumento de temperatura, o que levará à intensificação dos efeitos da invasão biológica a longo prazo”, contextualiza a professora. Neste sentido, ações de eliminação de indivíduos da espécie são necessárias, especialmente em áreas destinadas à conservação. Destaca-se ainda a necessidade de informação pública sobre a problemática e a recomendação de substituição dessas árvores por plantas nativas da região.
Por: Notícias da UFSC
Os ecossistemas abertos – como campos sulinos, campos de altitude, cerrado, dunas e restingas – correspondem a 27% da vegetação natural do Brasil, mas sua conservação é negligenciada. Isso é o que aponta o recém publicado artigo Placing Brazil’s grasslands and savannas on the map of science and conservation, fruto do estudo de um grupo de pesquisadores, entre eles a professora da UFSC Michele de Sá Dechoum, do departamento de Ecologia e Zoologia. O trabalho integra a nova edição da revista Perspectives in Plant Ecology, Evolution and Systematics.
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A biodiversidade ou diversidade biológica está relacionada às riquezas naturais. No estado de Santa Catarina, ela está ameaçada pela destruição de habitats, sobre exploração dos recursos naturais, invasão por espécies exóticas, além das mudanças no clima. Em meio a um cenário de perda de biodiversidade e serviços ecossistêmicos, formas de preservação e mitigação de danos aos ecossistemas tornaram-se uma necessidade. Animais, plantas, fungos e microrganismos fornecem alimentos, medicamentos e subsídios indispensáveis para a sobrevivência da humanidade.
Diante desse cenário, as pesquisas científicas têm papel crucial. O Programa de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração (PELD) – Biodiversidade de Santa Catarina liderado por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) faz parte de uma rede nacional de pesquisas e é apoiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc). Atualmente, o projeto “Biodiversidade de Santa Catarina: Investigando a ecologia histórica e os efeitos de manejo para restauração e conservação da Mata Atlântica do Sul do Brasil”, coordenado pelo professor Selvino Neckel de Oliveira, busca entender os efeitos de distúrbios na biodiversidade e encontrar formas de mediar e equilibrar o uso dos recursos naturais aliado à conservação da natureza.
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Por: Notícias da UFSC
Interessados em ciência, história, biologia e evolução têm até 29 de maio para visitar a exposição De repente extraordinária!, sobre o naturalista Fritz Müller, no trapiche da Avenida Beira-Mar Norte. Aos sábados e domingos, das 10h às 17h, professores e alunos da UFSC guiam os visitantes por um canteiro com plantas estudadas pelo cientista, como a embaúba, orquídeas e bromélias. Em uma tenda, ficam dispostas plantas, abelhas e outros organismos investigados por Müller, incluindo modelos de larvas e insetos. O público também tem a oportunidade observar um pequeno crustáceo, Elpidium bromeliarum, no microscópio. Além disso, diariamente, cartazes apresentam aspectos da vida e da obra de Fritz Müller e de sua amizade com Charles Darwin.
Outra atividade desenvolvida pela equipe da UFSC é um tour científico com cerca de 1h30 de duração. No passeio, é visitada a Praia de Fora, uma faixa de areia próxima ao trapiche da Beira-Mar. Foi lá que Fritz Müller realizou suas pesquisas com animais marinhos no Brasil, citadas por Charles Darwin no livro A origem das espécies a partir da quarta edição da obra. São apresentadas, ainda, plantas que vivem hoje na região e curiosidades e informações sobre a história e a vida de Fritz Müller. Os tours acontecem aos sábados e domingos, às 15h, e os interessados em participar podem se inscrever gratuitamente.
Com curadoria de Paula Gargioni e produção de Glória Weissheimer, a mostra é uma iniciativa do grupo Desterro Fritz Müller 200 anos, em comemoração aos 200 anos de nascimento do naturalista. De 1856 a 1867, o pesquisador viveu em Florianópolis, na Praia de Fora, onde hoje fica a Avenida Beira-Mar Norte. Ali, realizou pesquisas pioneiras em Ecologia, Evolução e Biologia Marinha no Brasil.
Mais informações no Instagram (@fritzmuller200anos) e no site derepenteextraordinaria.com.br, onde também é possível apreciar sons da Mata Atlântica, cedidos pelo Laboratório de Ornitologia e Bioacústica Catarinense (Laboac) da UFSC.
Por: Notícias da UFSC